sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Boneca e a Rosa Branca

Tente ler sem chorar!!!

Corri ao mercado para comprar uns presentinhos que não havia conseguido comprar antes.
Quando eu vi todas aquelas pessoas no mercado, comecei a reclamar comigo mesma:

"- Isto vai demorar a vida toda e eu ainda tenho tantas coisas para fazer, tantos outros lugares para ir...
Como eu gostaria de poder apenas me deitar, dormir e só acordar após tudo isso."

Sem notar, eu fui andando até a seção de brinquedos e lá comecei a bisbilhotar os preços, imaginando se as crianças realmente brincavam com aqueles brinquedos tão caros.
Enquanto eu olhava a seção, notei um garoto de mais ou menos cinco anos, pressionando uma boneca contra o peito.
Ele acarinhava o cabelo da boneca e tinha um olhar tão triste! Fiquei tentando imaginar para quem seria aquela boneca que ele tanto apertava.
O menino virou-se para uma senhora próximo à ele e disse:

"- Vovó, você tem certeza que eu não tenho dinheiro suficiente para comprar esta boneca?"

A senhora respondeu:

"- Você sabe que o seu dinheiro não é suficiente querido!"

Ela disse ao menino que ele poderia ficar olhando os brinquedos por cinco minutos enquanto ela iria olhar outra coisa.
O pequeno menino estava segurando a boneca em suas mãos. Finalmente comecei a andar em direção ao garoto e perguntei para quem ele queria dar aquela boneca.
E ele respondeu:

"Esta é a boneca que a minha irmã mais adorava e queria muito ganhar. Ela estava tão certa que o papai daria esta boneca para ela este ano."

Eu disse:

"- Não fique tão preocupado, eu acho que ele irá dar a boneca para sua irmã."

Mas ele triste me disse:

"- Não, o papai não poderá levar a boneca onde ela está agora. Eu tenho que dar esta boneca para minha mãe, assim ela poderá dar a boneca à minha irmã, quando ela for lá..."

Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto ele falava...

"- Minha irmã teve que ir embora para sempre. O papai me disse que a mamãe também irá para perto dela em breve, então eu pensei que a mamãe poderia levar a boneca com ela e entregar a minha irmã."

Meu coração parou de bater. Aquele garotinho olhou para mim e me disse:

"- Eu disse ao papai para pedir à mamãe que não fosse ainda, que esperasse eu voltar do mercado."

Depois ele me mostrou uma foto muito bonita dele rindo e me disse:

"- Eu também quero que a mamãe leve esta foto, assim ela também não se esquecerá de mim. Eu amo minha mãe e gostaria que ela não tivesse que partir agora, mas meu pai disse que ela tem que ir para ficar com a minha irmãzinha."

Aí ele ficou olhando para a boneca com os olhos muito tristes e muito quietinho.
Eu rapidamente procurei minha carteira e peguei algumas notas e disse para o garoto:

"- E se nós contássemos novamente o seu dinheiro, só para termos certeza de que você não tem o dinheiro para comprar a boneca?"

Coloquei as minhas notas junto ao dinheiro dele, sem que ele percebesse e começamos a contar o dinheiro.
Depois que contamos, o dinheiro iria dar para comprar a boneca e ainda sobraria um pouco.
E o garotinho disse:

"- Obrigado Senhor, por atender ao meu pedido e me dar o dinheiro suficiente para comprar a boneca!"

Aí ele olhou para mim e disse:

"- Ontem, antes de dormir, eu pedi à Deus que fizesse com que eu tivesse dinheiro suficiente para comprar a boneca, assim a mamãe poderia levar a boneca. Ele me ouviu... E eu também queira um pouco mais de dinheiro para comprar uma rosa branca para  minha mãe, mas eu não ousaria pedir mais nada à Deus, mas Ele me deu o dinheiro suficiente para comprar a boneca e a rosa branca. Sabe, a minha mãe adora rosas brancas..."

Uns minutos depois, a senhora voltou e eu fui embora sem ser notada.
Terminei minhas compras num estado totalmente diferente do que havia começado.
Entretanto, não conseguia tirar aquele garotinho do meu pensamento. Então, lembrei-me de uma notícia no jornal local de dois dias antes, quando foi mencionado que um homem bêbado, numa caminhonete, bateu em outro carro, onde estavam uma jovem senhora e uma menininha.
A criança havia falecido na hora e a mãe estava em estado grave na UTI e que a família havia decidido desligar os aparelhos, uma vez que a jovem não sairia do coma.
E pensei: "Será que é a família daquele garotinho?" Dois dias após o meu encontro com o menino, eu li no jornal que a jovem havia falecido. Eu não pude me conter, saí para comprar rosas brancas e fui ao velório daquela jovem...
Ela estava segurando uma linda rosa branca em suas mãos, junto com a foto do garotinho e com a boneca em seu peito. Eu deixei o local chorando, sentindo que a minha vida havia mudado para sempre.
O amor daquele garotinho pela mãe e a irmã continua gravado na minha memória até hoje. É difícil acreditar e imaginar que numa fração de segundo, um bêbado tenha tirado tudo daquele pequeno garotinho.

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